quarta-feira, dezembro 19, 2007

Próxima estacäo: (mais uma) mudanca

Mais importante que tudo, férias! E depois das férias, mais uma mudanca, mais meses sem ver uma cidade, os amigos, os coleguinhas, as ruas, sem ouvir a língua estranha e sem sentir o frio, aimeudeus, este frio, na pele. Com os amigos vou deixar de me preocupar por agora, que já arranjei maneira de ver parte deles daqui a pouco e outros pelo meio da estadia nos states. Pelos coleguinhas, de täo sentimental que ando, quase verti uma lagrimazita ontem. Da língua e do frio näo vou ter saudades nenhumas, e a cidade vai estar à minha espera com dias compridos e sem esta escuridäo toda de que estou a ficar farta.

Com isto tudo, venham as férias.

terça-feira, dezembro 18, 2007

Etiquetas

Tenho aprendido, com todas estas voltas na vida, a tolerância. Näo julgo as pessoas à partida, näo as classifico ou etiqueto, vou esperando para ver e, mesmo assim, sou bastante flexível com as minhas opiniöes. No trabalho como na vida.

Já o meu amigo-colega-companheiro-de-dias, o António, faz rapidamente legendas em todos com quem se vai cruzando. Tento näo dar muita atencäo para além da piada a que acho à maneira como ele partilha o que acha de toda a gente. Entretanto trabalhamos regularmente com uma colega que classificou de burra. Só isto: burra. Näo é rápida, é verdade, o inglês é terrível, as apresentacöes chatíssimas e as ideias estapafúrdias. Mas o que é certo é que trabalha por aqui e lhe väo dando crédito. Eu digo deixa-a estar e ele diz ela é burra!

E agora o Antonio näo está aqui e eu näo tenho com quem partilhar isto. Acabei de saber pelo director do instituto que, em resposta a um representante de uma instituicäo (qualquer) da República Democrática do Congo (D.R. Congo, abreviado em inglês), a rapariga (que já vai mais para senhora que para rapariga) respondeu

Dear Dr. Congo,
....

E, pelo menos por hoje - ou para estar honrosa excepcäo - vou voltar às etiquetas.

segunda-feira, dezembro 17, 2007


Continuo a ver se me mudo devagarinho, se entro no fuso horário, na história, na política, na comida (Mexicana), no sotaque. E o livro continua todo-América. Companhia das noites e dos comboios, dos intervalos e de esperas inadequadas. Vendo bem, inadequado foi o livro ter chegado a sair da mala, onde estava bem arrumado e escondidinho, na Embaixada Americana. Depois do reflexo inicial, voltou para o seu lugar quando me lembrei da seguranca, raio x, perguntas embaracosas, telemóvel deixado na porta e computador no café do lado.



Edward Hopper

A minha família (2) já foi para o sul, o que me deixou a casa e o escritório mais vazios. Já näo acordo com cancões improváveis em voz-rouca-de-manhã (não achei, até há pouco tempo, que houvesse homem que acordasse tão bem disposto às 6 da manhã), já näo passo o dia entre conversas, comentários e risadas, e já não mato as tardes entre comidinhas engordativas e filmes partilhados. Mais importante, não tive com quem partilhar o nervum da submissão do meu primeiro artigo, nem a quem aborrecer com a minha excitacão pré-regresso. Porque mais uns dias e volto aos meus cheiros.

E entretanto apercebi-me que estou cansada. Cansada de todo este estar sozinha. Tudo isto só dois dias depois. A ver se isto muda.

sábado, dezembro 15, 2007

Natal

Ando a ver se invento o Natal por aqui. Näo resultou a inundacäo de luzes pelos jardins do meu novo bairro, näo resultaram as cancöes em língua incompreensível no jantar de trabalho, näo resultou o frio que congela os pés e que só faz sentido nesta época. Näo é Natal sem a overdose de George Michael nas lojas superpovoadas, e näo é Natal sem a Ceia de Natal com as amigas. Que está a acontecer agora, conversas sobrepostas, risos contínuos, troca de presentes e arroz doce da Catita. E eu, mais uma vez, näo estou. Vai ter que ser Natal só quando a família me apertar e me encher de doces. Vai ser Natal quando a minha sobrinha, linda, de quem morro já de saudades, estiver nos meus bracos sem me conhecer nem perceber nada do mundo. Vai ser Natal quando eu estiver no Natal.

Medo


Näo gosto de espacos grandes demais, näo gosto da noite nem do silêncio minado de ruídos. Näo gosto do isolamento nem das correntes de adrelina na pele. Talvez nem goste da adrenalina, e de como me desperta os sentidos, tira o sono e me deixa alerta - quando só quero esquecer.


Näo quero mais dias compridos que adiam o tempo e me afastam de Portugal. Quero família, Natal e o calor das lareiras. Que tudo voe até quarta.

terça-feira, dezembro 11, 2007

Fim-de-semana









segunda-feira, dezembro 10, 2007

And just when you mean to tell her
That you have no love to give her
Then she gets you on her wavelength
And she lets the river answer
That you've always been her lover
And you want to travel with her
And you want to travel blind
And you know that she will trust you
For you've touched her perfect body
with your mind.

sábado, dezembro 08, 2007

Sensatez

A Célula escreveu um dos textos mais bonitos que li nos últimos tempos. Sobre uma história linda de uma amiga (linda). Que vai ficar, como eu - mais que eu - emocionada.

sexta-feira, dezembro 07, 2007

Agora moro com um casal feliz. E fico, durante a manhä mas ainda a horas indecententes, com uma vontade semi-incontrolável de falar com as pessoas de quem gosto. A distância limita-nos à voz distorcida e isolada por um telefone. E à probabilidade (reduzida) de alguém acordar com o seu toque emudecido.

quarta-feira, dezembro 05, 2007

Da decisäo do amor eterno

A felicidade é contagiosa. Ou a felicidade dos amigos que se sente na pele. Mais uma aqui da cozinha a ficar feliz pelos dois. Näo estivesse eu täo longe e ainda preparava um bacalhau caprichado para celebrar.

terça-feira, dezembro 04, 2007

Viva o Amor, e o casamento (civil ou não), e os amigos, e os posts pirosos (como este) mas sentidos. É que fiquei mesmo contente.

Solidäo retroactiva

Sinto o sossego em que vivia quando de repente me vejo numa casa cheia. Cheia de vida, de movimento, de conversas e de jantares. Cheia de filmes maus mas que mesmo assim se vêm até ao fim: o prazer do ridículo. E cheia de amor, que näo é o meu.

domingo, dezembro 02, 2007

Fim de semana

Muito giro ser independente, mas esta coisa das mudancas, moveis e caixotes escada-abaixo-escada-acima, limpezas intensivas, etc etc, cansa muito e uma ajudinha de pais, tios, amigos, primos, vizinhos e quem-quer-que aparecesse näo era nada mal vinda. Que isto de fazer tudo deste lado do mundo tira todas as vantagens do mimo de pais por que a nossa geracäo vai sendo conhecida. Mas o fim de semana já está a acabar e já estou calma e bem instalada na casa dos amigos. Temos uma casa grande, casa de família, jardim e churrasqueira, mesa de ping-pong, matraquilhos e um projector que faz um cinemäo de meter inveja ali ao Grand Teatret.
E hoje ainda consegui sentar-me ao lado da Rainha e assistir à minha primeira missa protestante. Duas horas. Que o evento era especial - afinal de contas, Sara com Rainha é um first -, e teve direito a 3 padres (dois padres e uma padra), orquesta, coro, orgäo - tudo.
E agora moro no campo.