Hoje, enquanto passeava com uma amiga (muito domingueiramente) pelas ruas de Copenhaga, cruzei-me com uma Japonesa de máquina fotográfica em punho. Ao nosso lado passava um Dinamarquês muito grande muito loiro muito tudo, numa das mãos qualquer alimento muito grande que comia muito sofregamente, noutra uma trela que o segurava a um cão também muito grande e muito peludo (muito giro, o cão). Eis senão quando, Japonesa (também ela muio Japonesa), prepara máquina e começa a disparar. O alvo: o cão. Enquanto o dono esperava, distraído da máquina e concentrado na ingestão, o cão esperava pacificamente - sentado - o final da sessão fotográfica. Tudo isto foi muito rápido - eu e minha amiga continuámos a nossa marcha para a Bossa Nova - e nunca mais pensei na Japonesa e na sua máquina fotográfica. Depois de umas semanas na Austrália e do resto da vida por aí, um Japonês só se estranha se não tiver pelo menos uma máquina fotográfica na mão. Mas agora, algumas horas volvidas, cheguei a casa e abri o Arroz. Tanta informação fotográfica da nossa amiga prp no Japão (!!) soou-me a doce vingança de todos os Japoneses com quem nos cruzamos a ver o Mundo através de uma objectiva. Achavam eles que íam dominar o Mundo, que nos atacavam no Ocidente com a tecnologia de ponta e não tinham um sequer representante do nosso lado da vida. A ver se não vos roubamos as paisagens também, humpf.
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