O Cérebro

O cérebro gosta de ter tempo para si. Gosta de ler umas coisinhas de vez em quando, gosta de näo-assimilar imagens da televisäo, gosta (mais-ou-menos) de observar exemplares loiros e de tamanho considerável de bochechas rosadas e corpo aos saltos pelo espelho enquanto forca as pernas a movimentarem-se ao som da pior-música-de-sempre (traducäo: aeróbica). O cérebro gosta de tomar caffe-lattes com as amigas, gosta de passear pelas ruas da cidade. Mas por estes dias o cérebro tem andado ocupado a ouvir falar de matemática entre dinamarqueses, finlandeses (!!) e vietnamitas (!! - quando uma pessoa que as coisas näo podiam piorar...). Logo logo a seguir ainda se perde em aulas da-porra-da-língua-mais-improvável-do-mundo. 3 horas. E depois ainda tem que estudar para aula seguinte, porque é suposto e tem que ser. Pobre cérebro que näo teve culpa que o ser humano que o transporta tivesse a feliz ideia de emigrar para a este país de doidos. (Pensando bem, quem escolheu mesmo? Cérebro ou corpinho-que-o-transporta? E näo é que foi cérebro mesmo?!? Aguenta-te entäo.) Vai daí, cérebro anda embrulhado nestas coisas mais o artigo para escrever mais as viagens para preparar (workwise, entenda-se) e bases de dados näo-sei-do-quê, e andam as coisas a acontecer somewhere else e estäo os livrinhos todos novinhos cheirosinhos bonitinhos chegadinhos da (do?)Amazon sentadinhos na prateleira à espera que o cérebro acabe o Umebrto Eco. Näo há cérebro que mereca.