Finalmente ela pediu que a tirassem dali. Pediu asilo a uma das filhas... mas o não atender telefones para não ter dizer directamente que "não", depois de promessas que foram feitas, levaram-na a outra casa.
Está cá desde quinta-feira. Não sabe bem o que quer. Não tem o feitio das avós das histórias. Mas é mãe, e mais que não fosse o dever moral - porque é impossível negar as grandes diferenças de feitios, aliadas à idade e aos problemas físicos - aqui tem cuidados que já há muito não tinha.
Mas o que é certo, é que cada vez mais sei que a verdade é que quem não vê, é como quem não sente.
Não consigo sair de casa sem pensar se estará bem, não consigo dormir porque penso que no quarto ao lado pode estar a precisar de ajuda (que não pede).
Ontem a noite tornou-se longa até bastante tarde. hoje acordei cedo com gemidos vindo de lá. Precisava de ajuda. É natural.
Mas ainda assim não quer assumir que precisa. E acaba por fazer o que podia bem evitar.
Mas não adianta reclamar. Sabíamos que não seria fácil. E na verdade... é difícil.
Os outros sentem-se aliviados por saber que ela agora não está sozinha, abandonada e sem cuidados.
Ninguém tem vida para ficar com ela, mas sozinha é que não pode ficar.
A verdade é que quem devia estar a cuidar dela, leva a melhor e fica descansada ( na minha opinião essa nunca se chegou a incomodar...)
E como é fácil para outros, virar a cara e nunca aparecer e ver.
Porque ver ia implicar remorsos... e afinal, quem os quer?!
1 Comments:
E há sempre quem esteja... Sempre que é preciso...
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