Um abanão nas esperanças é um abanão na vida. Acorda-se e está tudo diferente: o futuro está diferente. E é tão mais fácil arrastar os dias com o futuro claro lá no fundo.
Abanão nos dias e na pele.
Nós temos cinco sentidos:
são dois pares e meio de asas.
- Como quereis o equilíbrio?
E se as coisas mudam tenho que voltar a mim. Não há outra maneira que voltar aos meus livros, palavras e poemas, histórias e vozes. Voltar às descobertas e à solidão dos prazeres. Voltar a mim. E mais uns dias e volto aí, e volto aos outros e aos sítios, redescobrir-me mais um bocadinho. Até lá, a vida de fio a pavio.
(O Poema lá em cima é do David Mourão Ferreira)
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