Fim de Semana Oficial Internacional da Língua, dos Costumes e das Iguarias Portuguesas

Foi em Haia. O fim de semana comecou bem com a primeira viagem pela Holanda com sol. O país plano da água, dos moinhos e das flores.

O jantar foi cozinhado na companhia de vinho verde, e o Bacalhau com Natas regado com vinho tinto de Palmela. (Ah!, e que salada fantástica.) A refeicäo acabou com Arroz Doce, e tudo entre muita conversa na língua oficial da noite: Português. Falou-se de nós, da cultura e dos dias Portugueses, porque ficou decido (?) que achamos muita piada a esta coisa da imigracäo. E falou-se deles, mal e bem, da(s) língua(s) que, de täo feia(s) e deselegante(s), nunca vamos querer aprender, das comidas e dos horários e dos hábitos. Falou-se de nós aqui. Tudo isto a horas tardias, como pede a boa maneira Portuguesa.

O Sábado acordou cedo porque há muito para ver e viver. E o (segundo) pequeno almoco näo podia ser senäo um Pastel de Nata com um café curtinho, verdadeiro, bom bom bom. Isto na Casa Bocage, onde nos perdemos entre compotas de tomate, chouricos e presuntos, queijos da serra e Sumol de ananás.

Nunca se falou outra língua que näo a nossa num dia em que os meus bracos chegaram a tocar o sol (juro juro juro), e os meus pés pisaram a areia da praia. Os livros comprados no final do passeio lá vieram em língua estranha, mas que o céu me caia na cabeca se os leio hoje. Näo - hoje só palavras que sabem a mim.

Gosto muito de ir vivendo o que em mim há de país por outros cantos do mundo. Gosto de me guardar, de me lembrar e de aparecer, de repente, näo mais que de repente. Isto vivendo aqui e como aqui, que eu até janto às sete da tarde, comeco a trabalhar com as galinhas e como sandochas (todos todos os dias) ao almoco.

E gosto de ter estes amigos por aqui. Que, vou descobrindo, väo pensando - em algumas coisas -como eu.

(O que eu queria mesmo era mostrar as fotografias do bacalhau. Que, ainda que nunca comparável, näo foi destruído pela memória do bacalhau da mäe.)