Fernando Pessoa. O que diria Pessoa se visse toda a sua Obra prostrada num sítio electrónico? Sacrilégio?! Confesso que ao fazer a ligação para o "site-de-poesias-coligidas-de-F E R N A N D O-P E S S O A" - valha-me santo ambrósio... que nome! - deparei-me com uma lista interminável de títulos de poemas oferecidos a metro, com indicações inconfundivelmente hispanizadas de "¡¡¡Completo!!!" e "¡¡¡Novo!!!, bem garridas para chamar a atenção do leitor mais incauto. Um bom instrumento de trabalho, dirão uns. Concordo! Uma "¡¡¡Completa!!!" compilação de "poesias-coligidas-de FERNANDO-PESSOA", dirão outros - ou os mesmos já que é uma consequência da primeira premissa. Acredito que sim. Mas, onde fica o prazer de folhar as páginas do papel pardo amarelecido pelo tempo dos livros de Pessoa, editados por qualquer editora portuguesa que se dedique à sua obra? Que saudades do Mestre e da Liberdade, vogando pelo torreão da Pensão Estrelinha à Sé entre um beijo, um olhar comprometido e um delicioso chá, com travo a canela, No Chiado, junto ao S. Luís. |
1 Comments:
Os livros ficam para quem os tem, para quem os pode ter. A isto se chama cultura acessível a todos. Esquerdas à parte, há ainda a muita e boa literatura que circula pela internet, sem páginas, sem capa e sem cheiro, mas à distância de um clique. Para além disto, façamos felizes os que não têm braços suficientes para levar o Pessoa e muitos outros nuvens afora até ao outro lado do Mundo... Que chegue um bocadinho de Lisboa e de Chiado também não é nada nada mau.
O Espanhol, tens razão, não é a língua mais apelativa. Mas imagina o orgulho de lerem o Pessoa, o Poeta. Noutras línguas, outros Países. Eu quis mostrar pela cidade o Álvaro de Campos que encontrei em Dinamarquês, e - acredita - esta é, sem qualquer tipo de dúvidas, a pior língua de sempre!
E agora vou ali à praia num instantinho e depois dar um abraço ao Fernando no Chidao, que - pobre - deve estar cheio de saudades.
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