Criancas

Numa altura em que penso demasiado em criancas - filhos, sobrinhos, bebés em geral -, e com o bom tempo (intermitente) definitivamente instalado, só vejo mäes e filhos à minha volta. E lojas com roupa de crianca, carrinhos de bebés em todos os parques, ruas, cantos. Para além de tudo isso, ainda me falam do assunto. E acabei de ficar a pensar nas inevitáveis diferencas entre os países onde vivo.

Näo se fala noutro senäo no sistema educativo Dinamarquês (ou nórdico), e no quäo perfeito-adequado-eficaz se tem provado. Posto isto, toca a falar a torto e a direito em implementa-lo, direitinho, em Portugal. Mas e tudo o resto? Acabei de saber que, por aqui (Dinamarca), säo os pais e educadores que decidem se a crianca tem maturidade para sair do infantário (ou pré-primária) para a escola. Se for um miúdo cheio de energia para gastar e sem qualquer capacidade ou vontade de ficar sentadinho na cadeira a ouvir a professora falar de letras esquisitas (aeiou æøå...), fica. A brincar aos vikings e a esfolar joelhos. Nada de por o filho a ler aos 5 e a escrever aos 5 e meio, "coisa linda o meu menino que aprende täo bem, dá p'ra escola".

Em Portugal, quer-me parecer que isto iria simplesmente atrasar o processo - a vida é longa e näo há pressas - mas que, no final das contas, só ía obrigar um já jovem adulto a ficar mais um ano em casa dos pais. Ou seja, mude-se tudo antes de mudar o essencial.