terça-feira, janeiro 29, 2008

Deixar fugir o amor

Ficar assim, em espacos novos grandes demais. Essencial preencher o silencio com musica, os olhos com paginas seguidas de paginas, aumentar a entropia dos dias e esvaziar a memoria.

sexta-feira, janeiro 25, 2008

Me and my Joe!




Ele é que esteve doente...e eu, claro, é que para além do ar de louca (já costume!) estou toda amassada!

quinta-feira, janeiro 24, 2008

Love

De repente toda a gente (ou muita gente) vai casar ‘a minha volta. A felicidade faz com que as pessoas pairem. Sorridentes, vao passeando por ai’ com a calma de quem vive uma vida feliz.

E eu, que ao que parece nao vou deixar de ser uma romantica – independentemente da altura da minha vida e da integridade do meu coracaozinho – gosto de ouvir as historias. E gosto de sentir que quem me conta o dia/ o momento me sente feliz, encantada e invejosa com o amor dos outros. Mas a historia de hoje superou-me.

Uma colega simpatica foi a Roma a uma reuniao. Sozinha portanto – o namorado ficou em Atlanta. Supostamente. Quando passou a emigracao no aeroporto Italiano, ele estava ‘a espera dela. E os restantes pormenores sao supérfluos, irrelevantes. Excepto o facto de os pais dela estarem informados da surpresa, de terem aproveitado a oportunidade para uma viagem ‘a Europa e por isso la’ estavam para dar o abraco de parabens ‘a filha feliz. Tudo isto depois do pedido de casamento.

Foi assim a minha hora de almoco. A possibilidade da vida feliz

States

E’ engracado como se “constroi” um circulo novo. Uma vida social na cidade onde se chega. Porque, de incio, o criterio e’ quase nao-criterio. Por aqui – e porque, como nao me canso de dizer, os Americanos sao fantasticos nisso – ha convites para tudo e de toda a gente. O que nao significa que estou sempre a fazer alguma coisa com alguem – eu preciso dos meus jantares com o jornal, das minhas comidas improvisadas (as caixas de sushi do supermercado sao um favorite), das series ‘a noite e dos livros em horas solitarias. MAs ha muita coisa a acontecer. E tudo isto vem de colegas de trabalho que nao podiam ser mais diferentes uns dos outros, ou de amigos dos colegas/ amigos de amigos que se vao conhecendo. Acabamos nisto:

O tal jantar africano em casa do casal gay. Os donos da casa sao Gregos, moram nos states ha bastantes anos e ja passaram temporadas em diversos paises africanos. Sao os dois medicos, ve’m os mesmos filmes e series que eu, tem bons vinhos em casa de onde, no meio de boa conversa, nao apetece sair.

Idas a centros comerciais, boleias para o trabalho e jantares de pizza com coleguinha alemao que ja vem da Dinamarca. Nao sabe quem e’ o Pedro Almodover, le, de vez em quando, o paper back que se vende mais no momento, tem 40 anos e acha que eu tenho 30 e tal (nao consigo explicar esta) e e’ mais chato do que o desejavel. Mas esta ca’ na mesma situacao que eu e, por mais estranho que pareca, parece estar a criar alguma (indesejavel) dependencia.

Jantar chines em casa de coleguinha da California. E’ um ano mais velha que eu mas, muito querida muito querida, parece uma teenager com emprego de gente crescida. As conversas limitam-se, depois de duas semanas de convivencia, ‘a gastronomia. E eu vou perguntando tudo sobre restaurants, sabores e comidinhas das redondezas. A foody que tem substituido (mto mal, mto mal) a companhia do Di nestas andancas.

A amiga Irlandesa que e’ amiga e com quem converso. Como amiga.

O Mark que convida para jogos de Hockey, baseball e afins. Estou desejosa. E numa de go local, hot dog e coca cola de litro e tudo.

A amiga Americo-Columbiana com quem passei uma semana no Brasil e com quem, por isso, as conversas ja nao sao de ocasiao.Cinema e mexicano e essas coisas.

Os amigos de amigos com quem vamos aos concertos de jazz, pubs e essas coisas.

E as ruas grandes com restaurants e hamburgers e panquecas e galinha frita. E corridas no parque de vez em quando para compensar...

quarta-feira, janeiro 23, 2008

Mais importante que tudo,


terça-feira, janeiro 22, 2008

Entre jantares em casa de casal gay (banquete africano), com o seu grupo de amigos e vidas tao, tao diferentes - e fascinantes -, entre passeios congelados pela cidade e livros que me prendem, tenho muito para contar. So' preciso de um computador (no work) novo, so para mim. Vira'.

Ate' ja'.

domingo, janeiro 20, 2008

http://books.guardian.co.uk/shoptalk/story/0,,2239172,00.html

"Top shelves
Every booklover has their favourite shop, and while it's true that many independents have been driven out of business by online sales and supermarket bestsellers, you still don't have to look too hard to find one that's thriving. To prove it, Sean Dodson chooses the 10 bookshops from around the world which he considers to be the fairest of them all
(...)
3) Livraria Lello in Porto

Proving that purpose-built bookshops can be every bit as beautiful as converted buildings, the divine
Livraria Lello in Porto has been selling books in the most salubrious of settings since 1881. Featuring a staircase to heaven and beautifully intricate wooden panels and columns (see for yourself with these gorgeous 360-degree views), stained glass ceilings and books - lots of lovely books.
(...)"

Cântico Negro

"Vem por aqui" --- dizem-me alguns com olhos doces,
Estendendo-me os braços, e seguros
De que seria bom se eu os ouvisse
Quando me dizem: "vem por aqui"!
Eu olho-os com olhos lassos,
(Há, nos meus olhos, ironias e cansaços)
E cruzo os braços,
E nunca vou por ali...
A minha glória é esta:
Criar desumanidade!
Não acompanhar ninguém.
--- Que eu vivo com o mesmo sem-vontade
Com que rasguei o ventre a minha mãe.
Não, não vou por aí!
Só vou por onde
Me levam meus próprios passos...
Se ao que busco saber nenhum de vós responde,
Por que me repetis: "vem por aqui"?
Prefiro escorregar nos becos lamacentos,
Redemoinhar aos ventos,
Como farrapos, arrastar os pés sangrentos,
A ir por aí...Se vim ao mundo, foi
Só para desflorar florestas virgens,
E desenhar meus próprios pés na areia inexplorada!
O mais que faço não vale nada.
Como, pois, sereis vós
Que me dareis machados, ferramentas, e coragem
Para eu derrubar os meus obstáculos?...
Corre, nas vossas veias, sangue velho dos avós,
E vós amais o que é fácil!
Eu amo o Longe e a Miragem,
Amo os abismos, as torrentes, os desertos...
Ide! tendes estradas,
Tendes jardins, tendes canteiros,
Tendes pátrias, tendes tectos,
E tendes regras, e tratados, e filósofos, e sábios.
Eu tenho a minha Loucura!
Levanto-a, como um facho, a arder na noite escura,
E sinto espuma, e sangue, e cânticos nos lábios...
Deus e o Diabo é que me guiam, mais ninguém.
Todos tiveram pai, todos tiveram mãe;
Mas eu, que nunca principio nem acabo,
Nasci do amor que há entre Deus e o Diabo.
Ah, que ninguém me dê piedosas intenções!
Ninguém me peça definições!
Ninguém me diga: "vem por aqui"!
A minha vida é um vendaval que se soltou.
É uma onda que se alevantou.
É um átomo a mais que se animou...
Não sei por onde vou,
Não sei para onde vou,
--- Sei que não vou por aí.

José Régio

Notícias tardias de um Natal, em família, no Alentejo

Quando o Natal já faz parte do passado (recente), a passagem de ano também e quando o Dia de Reis já marcou a retirada das decorações natalícias, este post pode pecar por tardio. Contudo, nunca é tarde para relembrar um pedaço de tempo bem passado, um reviver de memórias, de pessoas, um sentir de raízes, de tradições, de lugares, de cheiros, de cores e de uma languidez gostosa.

Dezembro de 2007: Portalegre ergueu-se radiosa para um Natal muito solarengo e frio.

A cidade foi palmilhada com curiosidade, com espanto. As ruas, os becos, os cantos, as varandas caiadas, as barras de amarelo nas esquadrias das janelas, as casas brasonadas, as igrejas e os monumentos visitados deram azo a regozijo e à agradável constatação de que estávamos diante de uma cidade muito bonita, perdida num Alentejo (quase) esquecido.

A Casa-Museu José Régio, o Castelo de Portalegre, o Convento de S. Francisco, a Sé, o Palácio Amarelo, as Portas da cidade e a muralha foram alguns dos marcos admirados e cuja história nos foi contada pela sapiência de quem habita e estuda a História das gentes e dos espaços da cidade.

Nos limítrofes do município, o tempo convidou ao passeio. Revivemos Marvão e a sua Pousada de Santa Maria, descobrimos o Crato e a Pousada de Flor da Rosa, passeamos por Castelo de Vide, Urra e Portagem.

Entre muito chá, muita conversa, muita música, muitas estórias de famílias e comadres, entre as iguarias costumeiras, a Missa do Galo e os presentes, o Natal, no Alentejo, foi em família e para a família.

sábado, janeiro 19, 2008

Mundo esquisofrénico

Juro que näo pára de nevar. E todos os canais de televisäo, porque säo locais, näo passam senäo updates metereológicos e avisos à populacäo para ficar em casa. E eu, que ainda tenho uma cidade para conhecer e que já estava cheia de planos para os bairros mais cool da cidade, com as suas lojas funky e os restaurantes mexicanos e asiáticos, fico confinada a Midtwon. E ao café perto de casa, à loja de conveniência com o New York times e à série que veio de Portugal, Roma. Ao trabalho também, mas que näo apetece. Confinada à minha solidäo.

A noite de sexta estava (mais) quente e sem neve na cara e no chäo, e foi passada entre ex-estranhos - blind date com amigos de amiga - num concerto de jazz no High Museum of Arts. A cultura na América, que de diferente tem mais o tipo de copos onde se bebe vinho e o programa a seguir ao concerto que a arte em si. Aliás, näo há melhor maneira que viver um concerto de Jazz que rodeada de sulistas que se levantam e dancam aos pares entre as mesas e as cadeiras. A música no sangue e na pele. E, depois da música, vêm os hamburgers e galinha frita num pub cheio, cheio de gente.
Que o Inverno passe rápido e volte a Primavera onde aterrei. E que näo me seja permitido concluir que o Inverno está em mim. Que, para onde quer que vá, a Escandinávia vem comigo. Que eu continuo a ser "de dias quentes".

quarta-feira, janeiro 16, 2008

Finalmente

Só porque a vida tem sido täo diferente por aqui. E eu que achava que a vida já näo acontecia sem internet. Mails e blogs e notícias. Nada disso - já nem me lembro. Aqui há jornais que entendo, muitos. E há ruas novas para descobrir, cinemas e restaurantes por todo o lado e sempre qualquer coisa para ir comprar. Recomecar em casa e cidade novas ocupa sempre mais do que se espera. Mas aqui väo as notícias.

Os dias correm leves por aqui. Saltámos do veräo para um frio de rachar e, nos entretantos, fui organizando telefone, conta bancária, segurancas exageradas (trabalho no CDC, Estado Americano - imaginem o que significa simplesmente passar a porta). Já me entendo nos supermercados e já mergulhei nos restaurantes. O paraíso de um viciado-em-comidinhas.

Atlanta é a cidade mais American em que já estive. Näo entendo metade do que grande parta da populacäo diz, mas a simpatia de qualquer abordagem sensibiliza qualquer um e faz esquecer o conteúdo das conversas. Passo na rua e os estranhos perguntam "how'ya doin today?* ("how are you doing today?"), nas lojas e nos restaurantes sinto que somos todos amigos e, mais importante que tudo, näo há quem, no trabalho, näo me convide para coisas. Um mundo diferente.

E, de täo diferente, gosto destas ruas largas onde tudo o que queremos - restaurante, loja, supermercado, cinema - aparece num edifício separado, dos arranha-céus dispersos que aparecem ao longe para onde quer que se olhe, gosto dos parques com esquilos, dos cafés to go e do cheiro a muffins por todo o lado. Gosto da fast food barata mas näo gosto dos legumes a preco de ouro - as classes sociais por aqui distinguem-se pelo volume corporal.

E gosto dos meus dias calmos com jornais e livros e noites que terminam cedo. Da minha calma.
Fotografias viräo.

terça-feira, janeiro 15, 2008

O mundo é para quem nasce para o conquistar
E não para quem sonha que pode conquistá-lo, ainda que tenha razão.

in TABACARIA, Álvaro de Campos

quarta-feira, janeiro 09, 2008

Nos por cá...

Arabia!
(para os que não saaaaaaabiaaaammmmmmm...)
Pois!... o patronato funciona assim " agora vais! afinal já não vais! agora já foste e já lá estás! Toma lá morangos e vai trabalhar!"

Aqui a galera que manda na terriola povera também é um pedacinho picuinhas com a interMet, mas tudo o que não é pornográfico*, está autorizado!

*hi5 é completamente porno (reza a lenda...), e o mesenger ás vezes também lhe dá para isso ( também não lá estou!) o Gmail...bem, esse ainda é autorizado...(mas só para quem lá vai!)
:/

Promessa para 2008, vou deixar de ser careta e vou dedicar-me mais à vida ciberMetica!Prometo!
Inclusive , a responder a mails e outras coisas que tal!
bjs, fui!
Com saudades de todos e de muitos!

terça-feira, janeiro 08, 2008

Muito rapido que tenho medo que o governo me apanhe,

nao tenho internet em casa e aqui do servico esta' quase tudo bloqueado - gmail incluido. Vem dai', poucas vias de comunicacao. Mas tudo optimo aqui pelas Americas, pelo verao. Mais tarde hei-de arranjar maneira de aumentar a frequencia - e extensao - de updates.

Agora deixa voltar 'a normalidade que tenho mesmo medo destas segurancas todas. Volto com calma.